quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Segunda Sem Carne


Para combater os efeitos das mudanças climáticas, chefs e celebridades britânicas lançaram a campanha “Segunda-feira Sem Carne”. A iniciativa é liderada pelo músico e vegetariano Paul MCartney e as filhas Stella e Mary, a atriz Kate Bosworth e a artista plástica Yoko Ono, entre outras celebridades, aderiram ao movimento.

Cozinheiros britânicos famosos se comprometeram a oferecer menu sem cortes bovinos às segundas.
A Câmara de Vereadores da cidade de Ghent, na Bélgica, instituiu que restaurantes, escolas e hospitais ofereçam opções de refeições sem carne na terça-feira. O Dia Vegetariano também ganhou força em Israel.

E essa é a proposta da Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, a campanha conta já com o apoio do Slow Food São Paulo, do Instituto Nina Rosa, da Revista dos Vegetarianos, do Greenpeace, entre outros. A prefeitura de São Lourenço da Serra aderiu à Campanha. O movimento vai concentrar suas ações no sábado, dia 3 de outubro, no Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. O mote da campanha é "Pelas Pessoas. Pelos Animais. Pelo Planeta".

Em Curitiba, a SVB tenta, aos poucos, conscientizar a população sobre os benefícios da dieta vegetariana. A última ação do grupo aconteceu durante os meses de junho e julho em um shopping da cidade. Vinhetas eletrônicas exibidas na praça de alimentação e nos corredores tinham o objetivo de convencer as pessoas a optar por uma refeição sem carne, que hoje em dia pode ser encontrada em quase todo restaurante. “Só o fato de diminuir o consumo já faz uma grande diferença. Muitos problemas ambientais são causados por hábitos que cultivamos. A alimentação não está isolada do mundo e da sociedade”, lembra Ricardo Laurino, coordenador do grupo em Curitiba.

Impacto

Segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as emissões de gases de efeito-estufa – como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de nitrato – associadas à cadeia de produção da carne representam um quinto das emissões totais mundiais. Cerca de 18% das emissões provêm do desmatamento para a criação de pastagens, do transporte da carne, do processamento industrial do alimento e do sistema digestivo dos bovinos. “Calcula-se que o gado emita 80 milhões de toneladas de gás metano (por gases e fezes) por ano. Este gás, por sua vez, tem potencial térmico 21 vezes maior do que o gás carbônico”, explica o professor do Mestrado de Gestão Ambiental da Universidade Positivo Maurício Dziedzic.

O impacto de uma ação como essa parece insignificante, mas, se todos os habitantes dos países ricos adotassem a medida, a diferença seria bastante significativa. De acordo com o escritor norte-americano Michael Pollan, autor de O Dilema do Onívoro, a adoção de uma dieta vegetariana durante um dia da semana por toda a população dos Estados Unidos seria o equivalente a tirar 20 milhões de carros da estrada.

O Brasil está entre os países que mais produzem e consomem carne no mundo. Temos o maior rebanho bovino comercial e somos o maior exportador de carne em toneladas. Segundo dados do Serviço de Informação da Carne (SIC), o país registra um consumo per capita de 40 quilos de carne bovina por ano, contra 30 quilos de carne de frango e 12 quilos de carne suína.

Ao mesmo tempo, cerca de 28% dos brasileiros têm procurado diminuir o seu consumo de carne, segundo um estudo da empresa de pesquisas Ipsos. Os motivos envolvem não só a saúde, mas também a preocupação com o meio ambiente. O boicote de grandes redes de supermercados à carne bovina¹ proveniente de fazendas ilegais na Amazônia, por exemplo, chamou a atenção das pessoas para o desmatamento da floresta e a crueldade praticada com os animais durante o abate.


¹A Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) assinará um termo de conduta com o governo, comprometendo-se a não comprar carne de áreas desmatadas e a preservar o meio ambiente. Essa foi a afirmação do presidente da associação, Roberto Giannetti da Fonseca. Segundo ele, a ação é um compromisso com a sociedade brasileira. "Vamos evitar a comercialização de gado originário em áreas desmatadas", disse. O compromisso em não comprar carne oriunda do desmatamento não exclusividade da Abiec. A notícia é de Amazonia.org.br, 23-06-2009.

Fonte: Blog Ao Verde

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